Quarta-feira, 31 de Janeiro de 2007

usado ou apoiado?


Apoiado, até que ponto?
 


Não sou dos que se iludem facilmente. Tenho tido neste blogue muitas manifestações de apoio porque condeno o aborto e defendo o NÃO à sua despenalização.

Porém entendo que esse apoio, quando vem de pessoas de direita, aparece em força porque este blogue tem uma forte imagem ligada ao comunismo. Com isso as pessoas de direita não estão me apoiando, mas sim usando-se de mim para condenar o comunismo. Como já disse em anteriores artigos, sou um simples cidadão com direito a opinião pessoal. Minhas posições são só minhas.

É com alguma tristeza que vejo num simples artigo sobre o aborto neste blogue de ideais comunistas despoletar tanto comentário. Enquanto que criei um blogue exclusivamente para o assunto e está completamente ás moscas: "Aborto não, vida sim". Aqui sim me alegraria verdadeiramente de receber comentários.

Porém em A Bandeira Vermelha embora me alegre receber tais comentários fico na dúvida se eles são um apoio à minha posição ou um ataque aos comunistas que me visitam.

Sou pelo NÃO e isso não muda. Mas não pretendo ser usado como meio de provocar nenhuma força politica. Minha finalidade é defender aquilo em que acredito e muito especialmente aqueles pequenos seres humanos aos quais chamam fetos, e que muitos teimam em não defender.

DEFENDENDO QUEM NÃO SE PODE DEFENDER, este é meu lema e encerro aqui no "A Bandeira Vermelha" este assunto.

Dia 11 de Fevereiro votarei não e desejo sinceramente que a maioria dos portugueses assim façam.

A Bandeira Vermelha

A Bandeira Vermelha editou às 17:37

link do post | favorito
De VS a 12 de Fevereiro de 2007 às 18:39
Deixem-me ainda dizer que para quem olha só para a sua barriga este assunto pode não interessar, mas como social que toca a todos, gostava de partilhar as minhas preocupações com as implicações do sentido de voto no referendo. Uma coisa que os políticos envolvidos nesta campanha fizeram questão de não abordar foram as consequências de médio longo prazo da evolução populacional do nosso país. Nesta altura é dos que tem uma maior diminuição de nascimentos, avaliado em termos variação da taxa de natalidade. Também me parece que partilhamos da opinião que o nosso país "jà deu"! Isto é: está a ser dificil fazer a partilha e distribuição da riqueza simplesmente porque no seu todo não conseguimos aumentar essa riqueza. Estamos completamente dependentes das oscilações da economia mundial.
A população activa é cada vez mais velha ( vejam que no refendo aqueles que não puderam votar- portanto população jovem com idade abaixo dos 18 anos era cerca de 1 milhão e qualquer coisa). Nós somos à volta dos 10 milhões...significa que a população activa que nos vai suportar no futuro e da qual dependem não só as nossas reformas (se então ainda existirem) mas outros apoios sociais a que agora temos acesso facilitado (como é o caso da saúde) é significativamente insuficiente para manter um sistema de segurança social nos moldes em que funcionou até agora. Quer dizer, dada a fragilidade da nossa economia e incapacidade crónica dos nossos governantes teremos um país a "breve trecho" que não só Não cria riqueza para o seu próprio desenvolvimento como terá de adoptar a curto prazo o tipo de sistema de segurança social típico dos países mais capitalistas. Agora cruzem as duas realidades: "- se eu não produzo não tenho para dar, e se eu preciso dos apoios sociais tenho de pagar com o dinheiro que não tenho...isto cheira-me francamente à America Latina das grandes assimetrias sociais...
Não vos quero incomodar com a extensão da análise, mas já chega de gente incompetente a governar-nos!
Também neste referendo ninguém explicou "às mulheres socialmente desfavorecidas" para quem "alegadamente" a liberalização do aborto seria uma conquista social que essa conquista social sem verdadeiras políticas sociais e de apoio à maternidade se traduz numa AMARGA conquista social da manutenção das condições de pobreza e exclusão que as levam a abortar, e numa AMARGA consciência ( talvez agora tardia) de que por força de não haver, em vez da liberalização do aborto, políticas de natalidade sérias, as mesmas mulheres para quem alegadamente esta lei está a ser feita se traduzirá, com consequencias mais gravosas para elas, no aumento do número de nº de anos de trabalho para chegar à reforma, na diminuição da já magra reforma a que terão direito ( se na verdade ainda houver direito a reforma paga pelo Estado)e desaparecimento do actual acesso gratuíto a alguns serviços do Estado...etc .Acresce ainda que estas mesmas mulheres, ao contrário da maioria dos políticos, não tem meios financeiros para fazer os seus próprios e privados planos de reforma. Por isso daqui a uns anos, não muitos, as mesmas mulheres que votaram sim, sem que os políticos lhes tivessem dado a real percepção de que deveriam sim ter exigido melhores condições para continuarem a sua maternidade, não irão perceber porque é que as suas condições sociais não melhoraram, porque é que não tem direito a reforma e porque é que o mesmo Estado as obrigará a trabalhar até irem para "a cova".
Desculpem a crueza, mas seguramente os políticos que irresponsavelmente promovem a nova lei do aborto saberão que daqui a uns anos (não muitos), já reformados com a suas belas reformas, não terão de responder às mesmas mulheres porque é que o Estado se descartará de responsabilidade na sua velhice, e porque é que não terão o amparo dos descendentes que o mesmo Estado ajudou a eliminar.
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